Entrou no bar, sentiu a barra, imediatamente gritou
CHOCANTE! CHOCANTE! CHOCANTE!
Foi pro balcão, fez um ar chorão
pediu um Dreher, virou de vez
CHOCANTE! CHOCANTE! CHOCANTE!
Sentiu que melhorou
Procurou uma mesa e sentou
Pediu uma pinga e pensou
CHOCANTE! CHOCANTE! CHOCANTE!
Ele virá? (Virá!)
Ele virá? (Sim, virá!)
Ele entrará, tenho certeza, não me crocodilará
Eu não sou feia. (É sim!)
Eu não sou má! (Talvez)
Por que será então que ele não me adorara?
É uma injustiça... (Ta aí, não acho não!)
Será?
Então falou assim
Com sua voz estranha
Sua boca inchada e carmim... (Andava sempre assim)
(É, lá na boate ela ta sempre torta!)
Se ele viesse, eu iria lhe dar
O que quisesse, no meio desse bar (Que absurdo!)
As horas e as bebidas foram consumidas
De bela ficou feia, de boa ficou má·
Ele não veio
Ela pensou
Já se sentindo meio expulsa daquele bar, se retirou
Abriu a porta e já na rua
olhou pra lua e de repente começou a uivar (Nossa!)
UU
(Chega! Que absurdo!)
É encontrada na madrugada, fechadona como um tatu
Caidona na calçada, é recolhida pro DLU
E numa chapante, e numa irritante
e naquele instante gritou
CHOCANTE! CHOCANTE! CHOCANTE!
CHOOCAANTEE!