Livros e fotos, prepara um álbum
Sobre a cidade que nunca entendeu
E estica suas noites tenta não dormir
E lembra que os sonhos nunca estavam ali
Conversas forçadas, ensaia de novo
A nova mentira, tenta ser um bom soldado
E só sua solidão, no fim ele encontra
Procura novas armas, não vencem a chama
Das outras solidões, aqui já são tantas
Falta a coragem pra seguir mentindo
Olha outros olhos, repete as frases
De outro poeta, talvez escritor
Acredita em magia, tenta voar longe
Na sua agonia nunca houve amor
Amanhece agora, coloca os sapatos
Só mais um dia nesse carrossel
Sem mais sentido, não encontra mais graça
Nas falsas piadas, tão falsas risadas
E só, tão sozinho, busca a ignorância
Quer não saber nada, assim é mais é fácil
Só olha as crianças, tão bela a infância
Que está sendo perdida, está escapando
O amor distorcido está matando demais
Eles nem mais brincam, não inventam mais
Brinquedos agora não superam as drogas
Que eles colocam em nossas casas
Você tenta fugir, e seus filhos se foram
Eles já estão longe, pra eles disseram
Que eles sabem amar
O dinheiro é dono de nossas pobres vidas
Tão pobre você diz
É aquela menina
Aquela indiazinha, na praça ela brinca
E a outra mesquinha já quer se matar
Onde eu acordei?
Ontem estava em meu quarto
Construindo meu mundo, de brinquedos meu mundo
Acordei tão imundo, nesse absurdo
Agora você diz que é melhor eu dormir
É sempre melhor dormir
Livros e fotos no fim ele encontra
Livros e fotos no fim ele encontra
Livros e fotos no fim ele encontra
Livros e fotos no fim ele encontra