Eu fui conversar com a mãe natureza
Lhe perguntar por que tanta tristeza
Em seus olhos rios a chorar
Quis saber por que o sol está tão quente
E se a lua cheia está doente
Cadê as estrelas que não brilham mais
Lhe perguntei, porque tantos terremotos
Ciclones, tantos maremotos
O nosso céu não está mais azul?
Por que já não se vê aqueles lindos pássaros?
Porque será que estão ficando escassos
Cadê o cântico do uirapuru?
Daí, ela me olhou com toda sapiência
Me mostrou até com paciência, os rios e a poluição
Me perguntou, pra que passarinhos em gaiolas
Se a sinfonia é bem mais bela fora
Com a liberdade de poder voar?
Foi me mostrando, tantas árvores derrubadas
Dunas, serras, devastadas
E a crueldade em tantos animais
Me apontou os campos onde tinham flores
Hoje só se vê tratores, ruas e grandes construções
E ainda me disse, veja o azul céu que era dos passarinhos
Hoje é cinza em desalinho, com chaminés e aviões
E murmurou, enquanto o modernismo avança
A mãe natureza dança, perde a esperança com a destruição
Quem dá as costas fechando os olhos pra mãe natureza
É filho mal que com certeza, um dia vai pedir perdão
Eu quis saber
Será que Deus ta esquecendo a gente
As criancinhas que são inocentes
Verdadeiramente merecem o amor
Eu sei que nessa hora a gente até blasfema
Mas peço a Deus que Ele nos entenda
Pois o momento é desesperador
Eu quis saber se Deus perdeu a paciência
E com as crianças tenha mais clemência
Se o justo pague pelo pecador
Eu sei que nessa hora a gente até blasfema
Mas peço a Deus que Ele nos entenda
Pois o momento é desesperador