São dálias as flores que tu de sandálias pisou
E no caminho trilhado por ti nada nasceu
Secou o perfume gardênia
Brotou o espinho da dor
E o canto da ema na Jurema serenou
Eu tô cansado pai de tanta ave-maria
Meu Deus do céu me ceda um mote pra rimar
Num improviso um repente
Transformo o frio num crente
Alivio a alma da gente desse lugar
Que depois de tanta zoeira ainda vai segurar
A sagarana de sofrer
Até o ser tão vir a amar
Pro sertão lindo ser tal qual o paraíso
Água e sombra pós-juízo
Beleza, gota serena.
Sonho florido, céu azul, pele açucena.
Realidade ainda distante de chegar,
Mas virá.
Enquanto isso o sol cozinha a mente do cristão
Que vai sangrando, singrando a poeira do chão
Na nascedura do ciso
Madurecer o juízo
Lutar com os sete sentidos contra a mulher do cão
Buscar a força de Deus
Chamar seu nome
Pois quando ela passa as folhas caem, crianças
somem.
A alma de mim dói de dó
Pois ela é muito pior que “A Cavala, a Caipora e o
Lubizone...”