Quero sentar nas varandas das casas grandes de outrora,
quero sorver a demora nessas prosas mais antigas
quero ouvir as cantigas na soleira das janelas e açucenas amarelas
perfumando mãos amigas.
Quero enxergar jasmineiros enfeitando as fachadas,
donzelas enamoradas a espera de um amor,
quero sentir o sabor das iguarias de forno
e o sopro de um vento morno,
mesclando cheiro de flor.
“Quero voltar para mim e amansar as
Minhas ânsias,
Quero abrandar as distâncias nesses conflitos
De esperas;
Para povoar taperas que habitam
Meus confins,
Pra florescer os jardins do meu
Sonho primavera!”
Quero passear nas calçadas repartindo o mesmo sonho,
nesse semblante risonho de crianças em correrias,
o revoar das cotovias a procura de abrigos,
cultivar os bons amigos dando razão aos meus dias.
Quero embalar utopias na cadeiras de balanço,
quero ter um gesto manso do viver interiorano,
quero ser um soberano no lugar onde me achego
onde reina o aconchego entre seres mais humanos.