Baixaria, picardia
Numa vaneira faceira
Não tendo eira nem beira
Se despacha buenaça
Contraponteando ligeira
No contra-lado da caixa
Taita, gaita, sirigaita
Chão batido e polvadeira
Se cruzam de tal maneira
Nas bailantas de campanha
E até capenga se assanha
No compasso da vaneira
Dê-lhe boca, dê-lhe cancha
Dê-lhe gaita a noite inteira
Que o povo se desmancha
Pra bailar uma vaneira
Se desmama todo guaxo
Qualquer prenda desencalha
Quando o gaiteiro se espalha
Alçado na oito baixos
Não tem baile que não coalhe
Botando vaneira em cacho
Aspira ora respira
Espicha ora encolhe
Amurado peito e fole
Do gaiteiro que não cansa
Da gaita que não se amansa
Mesmo que a noite se assole