Quando o pai se senta pra brincar com o filho
Quando o Rei se curva pra beijar o sevo
Quando o autor se põe no próprio livro
Só pra morrer ali e por alguém mudar o fim
Quando a herança fica para o escravo
Quando é esquecida a dívida do pobre
Quando o troféu reluz e dá seu brilho
As mãos do que perdeu mas recebeu do que venceu
É disso que eu falo quando canto
E quando escrevo sobre o amor
É nisso que eu penso quando vejo
E quando sinto esse amor
É isso que explica
Me intriga
A entrega desse amor
Quando os galhos dão sua sombra ao machado
Quando a vida vem de um fruto desprezado
Quando surge o broto e morre a semente
Só pra frutificar e alimentar um lenhador
É isso que explica
Me intriga
A entrega desse amor
É isso que explica
Me intriga
A entrega desse amor