PODE CRER, XARÁ!
Vai,
pode crer, xará
o meu samba tá que tá
abram alas
que com a corda toda ele vai baixar
saiu da ralé
funk traz de Irajá
dá balé
da Mangueira, um panamá
tem cabrochas e mandinga em seu colar
só pra enfeitiçar
não atura blá blá blá
de mané que quer bancar
dono da ginga pra moi
e pra temperar
põe baiana pra rodar
mete ficha, pau e corda pra tocar
Vai,
sem descompassar
samba bom tem que molhar
a camisa do passista
e faz mulata requebrar
até o sol raiar
Vai,
pode crer, xará
o samba sabe brotar
flores, risos, entre as pedras
e arrebenta feito o mar
mas se vacilar
sabe dar colher de chá
tem ardil aqui ou onde quer que vá
saravá
o samba é meu patuá
traz pro bar
violão, pandeiro e ganzá
sem afrouxar
malandro é bom tu não marcar
vai cantar
de galo em outro lugar
meu samba
ele não vai cascatear
mesmo eu pra lá de Bagdá...