Eu andei sempre viajando
Eu conheço este sertão
A morada do caboclo
No distante riachão
Na floresta brasileira
Lá no meio do matão
Ele chora suas mágoas
Desprezando a solidão
Mesmo quando ele padece
E lhe dói no coração
Sai no terreiro do rancho
Fazendo a sua oração
Lá no alto Deus escuta
E tem dele compaixão
E já livra do perigo
Com a sua proteção
Quando o dia vem rompendo
No nascente faz clarão
O caboclo está molhado
Cumprindo com a obrigação
Tira o leite da malhada
Trata bem do alazão
Não despreza os carneirinhos
Tem amor na criação
Pra entrar no mato grosso
Faz primeiro a devoção
Puxa lá do estaleiro
O seu velho carretão
Vai serrando vagaroso
Deixando tudo em pranchão
Vai serrando e vai cantando
A Saudade de Matão
Neste mundo eu choro a dor
Por uma paixão sem fim