A rima é consequência, eu escrevo com consciência
Falo o que me transborda
às vezes sai com tom de indecência
Vaza pela borda, ideologias, princípios
Me jogam de um precipício, peitar geral
Esse é só o início, e um indício, de um novo horizonte
Uma longa ponte, chegar do outro lado
Caminhar lado a lado com o talento
Pelo menos eu tento, um dia eu atravesso ela toda
Talvez de joelho, ou rápido como um coelho
Não importa o jeito, o bagulho é que eu peito
E não me enxergo de outro jeito
Se não vivendo de rap, camisa comprida, um tênis
E um cap, esse é meu jeito, não sou moleque
Eu sou sujeito homem, não me olha assim
Por que cara feia para mim é fome, ai que fome
Bateu a larica, meu fechamento só tem malandro pika
É a galera mais zika
A rima é consequência, eu escrevo com consciência
Falo o que me transborda
às vezes sai com tom de indecência
Eu tô na luta, tô caminhando
Correndo atrás do meu sonho
Na minha manga tem um ás, se chama, esforço
Não preciso de ninguém
Deixa que por mim mesmo eu torço
Empenho, tudo que eu tenho
É graças ao meu desempenho, conteúdo
Isso no rap é tudo, rap sem conteúdo
É x-tudo sem o tudo, quase uma epidemia
De boca em boca, vai passando meu fervor
Que não é coisa pouca, quem tem meta
Não quer ser beta, minha rima é atraente
Falo por muitos de vocês, concorda comigo
Quem sabe o perigo que é viver nesse mundo sem leis
Nem reis, sobrevive o mais forte
Sem censura, sem corte, seu deslize aqui, causa morte
A rima é consequência, eu escrevo com consciência
Falo o que me transborda
às vezes sai com tom de indecência
Um dia eu chego la, a vida vai tentar me derrubar
Mas eu vou atravessar, sim, minha bike não tem freio
Pulo mais que um rodeio, várias tricks
Agilidade, tipo matrix, carrego no peito, minha nação
Só sonhador, garantindo espaço nesse mundão
Sorrindo, mas com seriedade nas metas
Cada um com a sua, assim funciona a rua
A minha eu já cantei, atingir já é de lei
Vou pedalando pra l. a, chegar la rimar e zoar
Nessa expectativa, já comecei a suar
Mas a parada é focar, batalhar, sem vacilar
Gritar pro mundo, botar as cartas na mesa
Predador caçando a presa
Deixar as maricas indefesas, um som sem perdão
Tacando a verdade na cara do vacilão
A rima é consequência, eu escrevo com consciência
Falo o que me transborda
às vezes sai com tom de indecência