Nem toda luz que apaga
Celebra a festa que faz o breu
Nem toda porta aberta
Circula o vento que se perdeu
Posso parecer fraco
Despedaçado, sem direção
Mas não se engane não
Já voei sem asas num furacão
Não se engane não
Nem tudo que balança
Desequilibra a ponta do pé
Nem quando a esperança
Já não escuta a falta de fé
Às vezes pareço torto
Cansado e pouco me dão razão
Mas não se engane não
Já corri sem pernas na contramão
Não se engane não
Não cabe a ninguém quando errar me convém
Recomeçar o salto a diversão
Até rever ladeiras no chão
Reinventar as pedras o perdão
As marcas do meu coração
Mas não se engane não
Já voei sem asas num furacão
Já corri sem pernas na contramão
Já voei num furacão
Não se engane não