Eu fiz errado de novo
Eu fiz o que ninguém deveria fazer
Mas homem é bicho orgulhoso
E eu de bobo inventei de ser
Escrevo essa carta aos poucos
Pois nem minhas mãos querem me obedecer
Nas frases eu busco consolo
E na esperança de um dia ler
Você passava com suas malas
E eu que nunca que podia crer, mas logo ia saber
Pois eu corria com ar de louco, no meio do povo
Tentando lhe dizer
E na estrada a poeira subia
E o trem que eu via levava você
Naquela imagem meu corpo
Todo no alvoroço começou tremer
E cada trilho que o trem corria
A garganta ardia pra cana descer