Coé, firmão? Então
O rap taí, mermão
Mais uma forma pra sua ideia
Você dividir, sangue bom
Aquela forma de arte que a periferia adotou
Usada como voz pra falar que na favela também tem amor
Ou não
Também tem o outro lado da moeda, o universo em crise
Os moleque de uzi na mão, soldado do morro, o dedo em riste
Iniciado lá na jamaica, nasceu na década de 60
Desde de então que o próprio rap se sustenta
Começando os anos 80, gringos já mixavam James Brown
Com poesia e protesto, se iniciava o rap americano e tal
Elemento mc: traz na mão o mic, no peito a poesia
Elemento dj: leva na mesa o scratch e também as batida
Lá fora eles tem Ice cube, Dmx, Eminem, Queen Latifah
Nas favelas daqui Racionais, Facção, Sabotage estrela da perifa
Em 86 surgia então o rap no brasil
Dj Werneck, teatro mambembe, São Paulo, rap cortava de mil
Já anos 90, o rap se expande, Thayde e Dj Hum, satisfação
Daí pra lá, Detentos do Rap, Xis, Pavilhão
E o que o rap representa? a voz de um bocado de gente da gente
Que clama por paz, moradia, comida, dignidade é o que "mim" quer, seu agente
É bom escutar quem tá aí há mó cota
Ali tá a realidade, de fato, não é lorota
Moleque que quer brincar com fuzil desde pequeno
Quando chegar a época de usar um lápis, ele vai tá é no veneno
Longe de mim querer te dar aula sobre o que é o rap
Só quero te falar, sinceramente, que sua rima só me entristece
O rap é arte, e arte é do mundo pro mundo
Só não pode é playba e patrícia, mandar umas rima, e se dizer Vagabundo
O rap é compromisso não é viage
Então não, não rime só de passage
Agora o rap taí, crescendo cada vez mais e mais
E na era da internet, só fortalece a quebrada que precisa de paz
Eu já fiz minha doação, pega teu talento e mete a cara
Eu vou sair fora, já te mandei a letra só não vacila com a rapa