Toda vez que ele viajava e deixava a esposa tão
sozinha
Logo aparecia a figura do Ricardino
Que corria bem depressa depois ia entrando de fininho
-Vai logo seu moço que eu vou dormir no seu ninho.
Quando ele passava e o seu chifre ia balançando,
Ele mandava muito dinheiro pra poupança ia aumentando
-Obrigado seu trouxa, que o chifre vai lhe
acompanhando
Pra aquele mundão à fora o povo ia comentando.
Em volta da casa muitas camisinhas eu encontrei,
Mas nenhum com mais de um metro igual a esta eu já
achei
Debaixo da minha cama vendo sapato e chapéu estranho
eu cismei
Vendo os companheiros chifrudos eu até me conformei.
Quando olho em um lado da parede vejo seu retrato
Em outra parede o seu nome escrito bem letrado
E o cheiro dentro do quarto mas parece um extrato
Mas que te levou e muito mais que um tarado
Arriei a cueca até o bundão
Ai eu vi um canalha chorando, fazendo uma tamanha
confusão.
-Companheiro bundão chegou atrasado, veja cada cabeça
um chifrão!
Quem roubou as nossas mulheres foi o baita do nosso
patrão!
Por aqueles dias afora o Ricardão ia trabalhando e
mandando
Seu chifre não lhe traz sofrimento fica escondido
igual a do jumento
Não existe corno tão manso igual a mim não achei
Muitas vezes a mão na cabeça eu passei,sonhei e
pensei
A chuvinha na minha horta já não cai mais
Eu não quero que nem com juros e correção venha me
devolvê-la jamais
Nem que meu galho cresça, e eu precise andar de ré pra
trás
Neste pedaço de chão cantar de galo eu não canto mais
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DIREITOS AUTORAIS música de Fernando Gimenez ? reg.
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