Ela diz: Meu amor saiu de casa, por aí
Diz que as algemas não levam a nada, deixa assim...
Vai, não voltou, amanhã volta, sujo de outras tantas paixões...
Que nem liga, deixa na porta, mil perdões...
Escritos com batom vermelho:
?A luz esta paga, Amanhã eu te vejo!...
ou melhor, eu te ligo, assim
Que a poeira baixar...?
Mas sonhou, com o natal, família toda, confusão...
Batizou, cachorro, planta e vassoura, o fugão...
Pesquisou no jornal, casa de conjunto, pra quando o grande dia
Chegar,
Levantou documento e recinto, mas esqueceu que o alvará...
Desse amor não foi pago...
Está clandestino, e vai ser cancelado
Assim que o telemóvel tocar...
Juntou, os seus sonhos no chão de um banheiro, de motel...
Fez, um nó, enforcando as flores, do vergel...
Ela viu seu amor de casa, por aí
Pensou: Discutir,nada, deixa assim...