A última vez que matiei contigo
Vi um índio tordilho já sem ilusão,
Vi nos teus olhos a esperança já gasta
E a certeza do fim tremendo em tuas mãos
A última vez que matiei contigo
Escutei tua história em tom de despedida
Falavas do ontem forçando a memória
Falavas do agora com voz de fadiga
Maniei as lágrimas naquele instante
Fiquei meditando pois sei da partida
Pedi a DEUS por tua alma gaúcha
E que em SEUS braços te desse guarida
Te foste em noite bordada de estrela
Nos jornais, nas antenas teu nome foi dito
Representas a parte que honrou a história
Payador, mergulhão que voou pro infinito
Payador, mergulhão que voou pro infinito
O teu funeral, que coisa gaúcha
Levaram o teu pingo aos pés do caixão
Que olfateando tristezas sentiu tua falta
E silenciando o relincho se fez solidão,
E silenciando o relincho se fez solidão.
Teu pingo encilhado se sabia sem dono,
Os lenços acenando cumpriram o ritual,
O Hino Gaúcho se fez prece cantada
E a bandeira farrapa foi teu manto final.
O teu funeral, que coisa gaúcha
Levaram o teu pingo aos pés do caixão
Que olfateando tristezas sentiu tua falta
E silenciando o relincho se fez solidão,
E silenciando o relincho se fez solidão,
Silenciando o relincho se fez solidão.