Me afogando num deserto, falta ar e sobra libido
Com a cabeça mergulhada fecho os olhos e adormeço
Contra pondo contra o tempo, descobrindo o escondido
Parecendo estar distante, estando um pouco entorpecido.
Congelando o instante, procurando um abrigo
Compadecendo o que é morto e revivendo o que está vivo
A cola corta os meus pedaços escurecendo um dia lindo
Me refletindo na parede, pintando espelhos coloridos.
Na companhia solitária de quem não está
Posso sentir a minha volta o que é de mais pra ser revolta
O que te faz estar mentindo.
Refrão:
Na chuva fria entorpecido
Revendo os fatos consumados e os nossos erros consumidos
Me fale do teu medo
Me fale do teu vício
Das suas fantasias e do desejo adormecido.
Caindo em si, esmagando o fraco
Na minha frente sucumbido
Por entre rostos desmanchados, por entre faces reerguidas
Por estruturas que se abalam nos castelos de areia
Nas manchetes de cinema e nos avisos de perigo.
Evitar o que é belo, sufocar a poesia
Torturar o capataz não é vingar morte ímpia
O que te faz pensar de mais é o mesmo que me medita
O que te faz falar de mais é aquilo que me silencia
Na companhia solitária de quem não está
Posso sentir a minha volta o que é de mais pra ser revolta
O que te faz estar mentindo.
Refrão:
Na chuva fria entorpecido
Revendo os fatos consumados e os nossos erros consumidos
Me fale do teu medo
Me fale do teu vício
Das suas fantasias e do desejo adormecido.