Traquinagem de cordel
Triango de calango jenipapo mel de fel
Volante mariolo Lampião e Zumbi no céu
O mangue ta no sangue é Zambelê de Cascavel
O meu verso desembesta
Junto o resto que me resta
O trabuco em minha testa
O que foi que aconteceu
Agora nem que a vaca tussa
O arretado com a garrucha
A morena que me puxa
Que faze amô mais eu
Que marido ciumento
Desconhece meu talento
Don Juan do movimento
Pescocera é todo breu
Bandoleiro barrerito
Na parada só delito
Na garrafa quase um litro
Foi negrito que bebeu
Só cachaça num suporta
Mete logo o pé na porta
Linha curta vida torta
O diacho num aprendeu
Cabra da Peste se apresenta
Quanto mais a cabra atenta
O futuro representa
E o passado renasceu
Tem matraca no maraca
O meu rap bate estaca
Soco na ponta de faca
Refletindo o que perdeu
Quero é paz e harmonia
Vamo pro Vila Sofia
Vira noite, vira dia
Muito além do que sou eu
Traquinagem de cordel
Triango de calango jenipapo mel de fel
Volante mariolo Lampião e Zumbi no céu
O mangue ta no sangue é Zambelê de Cascavel
Disparate no disparo
Feito um diamante raro
Quando sigo nunca paro
Farolete, escuridão
Destempero quando eu quero
Na quimera todo esmero
Vez em quando desespero
Hip hop salvação
Descontrolo quando grito
Devaneio do detrito
Os neurônios quase frito
Zarapuca escravidão
Nego veio la de angola
Truxe as ervas na sacola
Gabriela bate bola
Sente a defumação
Se a menina quê chamego
Chego junto e quando chego
Num carrego descarrego
Desnorteio da paixão
O zoim dela é castanho
Sentimento tão estranho
Faz do grande um tacanho
Coisas de um tão coração
Canivete na maldade
Toda a sagacidade
O paim dela é covarde
Rasga o buxo sem perdão
A criança sobrevive
Nas história que eu num tive
O Sherlock detetive
Num desvenda o causo não
Traquinagem de cordel
Triango de calango jenipapo mel de fel
Volante mariolo Lampião e Zumbi no céu
O mangue ta no sangue é Zambelê de Cascavel
Atribulado eu tô bolado
Todo transistorizado
Retrocesso retardado
Saculejo de sagüi
Perambulo na penumbra
A bondade me deslumbra
A vontade que visumbra
Tudo aquilo que eu não vi
Caranguejo la no norte
Jurubeba bate forte
Quase beijo a dona morte
Na loucura me iludi
Não me quebro na quebrada
Cordelista na chapada
Mamulengo nessa estrada
Varias légua percorri
No baião Luiz Gonzaga
Onda lôka, lôka vaga
No trapixe na tragada
Quase que eu não percebi
Que as muléka toda noite
No disfrute no pernoite
Quer dinheiro pro açoite
Festeré com sarali
Visto brega e quem me nega
Cangacero num escorrega
Com ternura ela se entrega
Me chamando ma Cherry
Quando a vida e bem vivida
Sem tendência suicida
Alegria permitida
Passo a régua e Zé-fi-ni!!!