Acordar e o lençol denunciar a tua ausência outra vez
Estico a minha mão
A frieza então, realidade outra vez
Ora essa! Eu conheço de cor...
Viver é só manter-me em pé
Novo rabisco em calendário
Barca que virou
Marca que ficou
Desespero, vinho amargo pra sorver
Sem ter teu brilho a vida é opaca
Olhar sem te ver
Tudo o que eu era e tinha mudam de lugar
O corpo, a mente, a alma, a dor que não quer passar
Foda é acordar e não poder olhar pra ti
Como é que tudo se arruína tanto assim
Sem poder, sem parar, sem querer, sem pensar
Eu não espero o fim do jogo
O jogo acabar!
Tudo o que há morreu sem você aqui
Teu sorriso é como vício
Mais que água pra matar a sede em mim
Não há céu entre os gritos e ondas
Olhar pra trás é tão frio
Sem chão, sem teto
Vejo miragens, concreto
Nada ferve o sangue tudo é tão morno é tão quieto
Sem teu cabelo bagunçado no amanhecer
Sem cheiro na roupa e travesseiro, teu jeito de ser
Entre os espinhos respirar buscando enfim,
Talvez alguma explicação ou algo assim
Pra entender, pra lhe ter, no melhor, no pior
Esse é o meu vício, eu já lhe disse
Eu sei de cor!
Qual o sentido da felicidade afinal?
Uma bela casa, esposa, filhos no quintal?
Ou poder comer todas as modelos contar pro seus trutas ser “o cara”, “o fodão”, “o tal”?
Só teu sorriso tem sentido pra mim
Meu começo, meu fim, meu chegar, meu sair, levantar, meu cair, encarar, meu fugir
São mais ralos que o ar, porque...