Noite escura, no canto roupa suja
Rimando a noite toda como se a parede fosse surda
Deus me acuda, to ficando paranóico
Um dia meu rap muda, planejo um ato heróico
Levada chapa coco, cura vício dos alcóolicos
Eu vo chutar o balde, cê deu play com um propósito
Até ontem era icógnito, me apresento um louco sóbrio
Num falta muito pra que minha gente cobre-o
Matéria antiga nova escola, cheiro de bossanova
Mas olha a hora, e sem cheiro de roupa nova
Sem cédulas, só lágrimas e sorrisos
Um bom rap no ouvido pra servir de incentivo
Não confuda a confusão do confundido
Pensamentos vão, imaginação, eu e "o eu" meu amigo
To sempre comigo, nunca me abandono
Quando to dormindo, vem eu e tiro meu sono
Não posso fraquejar, se não eu me cobro
E se um dia eu duvidar, vem eu e me provo
Pra que outra prova de amor, próprio
Eu me amo, e não preciso afogar máguas num copo
Perdido entre devaneios, nem sei oque eu pensei primeiro
Escrevi oque veio, não ensaio nem planejo textos
As vezes saio do contexto
É que penso pra caralho e falo muito mesmo
Não escrevo tudo que penso, mas penso tudo que escrevo
É tanto pensamento que alguns se vão a esmo
É bate volta ou bate fica, sem meio termo
Se é pra fazer a fita, eu prefiro fazer bem feito
Vamo fazer direito, o conteúdo modifica o preço
Visse versa, e os verso? vish! a vida é loka nego
To de passagem nela, e nem comprei a de volta
Vo gastando a onda com os pela, se pa vai que sobra