Há muitos anos atrás
No campo do Espraiadinho
Naquele ermo deserto
Da cidade de Pardinho
Quando eu lembro neste fato
Eu chego chorar baixinho
Da morte de um boiadeiro
O meu fiel companheiro
Fiquei no mundo sozinho
Eu conheci Ferreirinha
E ele me conheceu
Numa cidade vizinha
Que também me pertenceu
Perguntei o seu destino
E ele disse qual é o seu
Eu quero ser boiadeiro
Eu serei seu companheiro
Foi o que ele respondeu
Os anos foram passando
Numa data registrada
Isto foi no mês de junho
Fomos buscar uma boiada
Já tinha chegado o dia
A hora estava marcada
Ele teve triste sorte
Foi encontrar com a morte
Indo pra eterna morada
A morte deste rapaz
Deu-me um golpe na vida
Deixei uma cruz fincada
Que jamais será esquecida
A árvore que suspendeu
Nunca mais foi florescida
Com o rosto banhado em pranto
Levei para o campo santo
Dando a minha despedida
Esta moda é uma homenagem
Ao companheiro que eu tinha
A tinta foi os meus pranto
Que eu escrevi essas linha
Na sua campa ergui
Uma branca capelinha
Quando por Deus for levado
Eu quero ser sepultado
Na campa do Ferreirinha