Eu outro dia passeando em Madureira,
Caí na asneira de soltar uns "psilones",
A uma dona muito bem avantajada,
Mas a danada pôs a boca no trombone,
Chamou o guarda e contou tanta mentira,
O engraçado é que o guarda acreditou,
Meu deu uma bolacha quarta-feira às cinco horas,
Eu tô levantando agora, a enfermeira me chamou,
Juro por Deus que nunca mais em minha vida,
Soltar piadas pela rua eu vou,
Mulher bonita se passar eu viro a cara,
Podem dizer que já estou borocoxô,
Aquele guarda me deixou complexado,
Eu desconfio que até vou virar mulher,
Meu camarada, se eu gostasse de bolacha,
Comprava uma caixa de um biscoito qualquer,
Eu outro dia, estava ali no cais do porto,
Fui olhar um morto que caiu do lotação,
Num instantinho chegaram dois camaradas,
Que pela farda eram o Cosme e Damião,
Com dois minutos eu já estava no distrito,
Me deram um grito que eu fiquei daquele jeito,
Que coisa chata é servir de testemunha,
Me arrancaram a unha do dedão do pé direito,
Me bateram tanto que eu fiquei abilolado
Me enfiaram um prego no buraco do nariz,
Pra me ver livre dos carinhos do delega,
Eu fui obrigado a confessar o que eu não fiz,
E eu confessei que no ano de mil e quinhentos,
No dia vinte de dois de abril,
O Pedro Álvares Cabral é inocente,
Fui eu quem descobriu o Brasil,
Eu confessei que matei o Tiradentes,
Que sou culpado no estouro do Guandú,
Paguei uma multa de cinquenta mil cruzeiros,
E fui à pé pra minha casa em Bangu...
E muito jururú......