Meu alvinegro, manto sagrado
Raiz coroada em tantos carnavais
Quem nunca viu o samba amanhecer
Vai no Bixiga pra ver
Só no Bixiga pra ver
Raiou! No mais insano ritual
Vai-Vai neste banquete cultural
Profano, devora a arte
A essência de um sonhador
Bacante, vem ver
Um ser genial, mundano no viver
Quanto prazer
Sua obra vou saborear
E reviver até
Eternizar seu mundo louco
Pois, Zé, revolução deu Oficina
Oh Zé, sua desordem teatral
É Zé, inspiração da Bela Vista
Zé referência, é xamã, é carnaval
Na ousadia da liberdade
Tropicalista na vadiagem
No caos, repressão
Entra em cena a coragem
A luz nua e crua da sua verdade
Tem fogo ardente de quem é virado no Exu!
Volta Zé, ao som da minha batucada
Assina a direção dessa folia popular
Quilombo Saracura, evoé! Saravá!