Ah, ele pensou que ela lesse seus poemas
E profanou as linhas brancas do papel
Imaginou que a vida fosse um carnaval
Se a lamparinas dessas ruas são seus olhos
Iluminando aquilo que ele acredita
Ser ela sua flor, ser ela a mais bonita
Vestiu a fantasia branca e azul tão bem guardada
E flutuou por sobre as pedras portuguesas
Dez mil clarins imaginários a tocar
E nesse cortejo, o carnaval de um homem só
Confete, serpentina anunciou
Ser ele o pierrô, ser ela a colombina
Ah, será que a janela vai se abrir?
E ele declarar o seu amor?
E ela como flor desabrochar?
E o poeta louco a sonhar com a flor