Eu era necessitado, eu era um cara assustado, eu morava na rua, não tinha um trocado
Parecia um frangalho, corpo de espantalho, com a roupa rasgada, preciso de agasalho.
Eu era igual a uns mendigos loucão, porque ninguem tinha educação, até falava que andava descalço, porque gostava de sentir o chão
O friu da noite não era legal, e o meu corpo todo estava mal, eu sempre lia os meus cobertores, porque os cobertores eram jornal.
Eu posso ser um mendigo loucão, é muito grande a discriminação, eu conheço a cidade inteira, de tanto fugir do camburão
Não sei como ainda consigo, conviver no meio do perigo, o Brasil é um país racista, mais eu gosto de ser um mendigo.