Pela janela da saudade,
Olhas o mar ao sol poente,
E vai morrendo longemente,
Em seu adeus crepuscular à voz do mar,
E dentre a nebulosidade,
A lua, embálido crescente,
Parece ao meu amor ausente, onipresente,
Uma verônica estelar.
Ó meu amor, ó minha dor, ó ânsia,
Do coração, quebrado em mil carpérolas,
Sacrificado e sempre o mesmo na constância,
Florindo lágrimas, chorando pérolas,
Ó meu amor, ó minha vida em hóstia,
Na religião do coração em êxtase,
Minha ventura é nesse adeus crepuscular à beira-mar,
Poder sentir a vida e a morte em teu olhar....