Sou caboclo pantaneiro o rio é meu parceiro sou parte do pantanal
Minha irmã a garça-rosa os cardeais cantam em prosa num cenário celestial
O meu chão é esta água onde afogo minhas mágoas e onde pesco meu pão
Minha parceira é a lua que no rio se banha nua aliviando a solidão
(Chora a viola a lembrança me maltrata
Ritinha se foi embora e a saudade quase mata
Ritinha se foi embora e a saudade me maltrata)
Acordo antes do sol na canoa o arrebol ilumina o espinhel
Pantanal de tantas cores abelhas beijando flores pra gerar o doce mel
Corredeira dá dourado no poço pego pintado no remanso tem pacú
E se eu preparo a ceva pesco piau e pacu-peva isca boa pra jaú
Jacaré dorme na praia de um curricho que desmaia nos pés de um babaçu
Como é linda a natureza veja só quanta beleza no vôo do tuiuiú
Quando chega a piracema o pantanal vira poema aos olhos do violeiro
E a inhuma com seu canto enche de fé e encanto a alma do pantaneiro