Te ver
Caminhando pelo fim da rua
Onde toda noite era sua
Onde mais pôde ser?
Viver
Sem o conforto do seu abraço
Sem ter um vislumbre do que faço
Como ser sem você?
Eu perco o controle no lençol, anzol
Atol, amola, atola, embola, enrola
Ensola a tela, bela aquarela
Eu digo o universo, verso, inverso
Submerso, imerso, incontroverso
E exterso o parapeito da janela
E quando a noite cai
É uma peneira no céu
E as estrelas
São pedacinhos de sol
E se já não há mais nada pra dizer
Pra pensar, que não for machucar
Melhor parar e desviar os olhos dela
Se não topar continuar
Melhor deixar passar que torturar
Rodopiar e flutuar o pensamento nela
E quando a noite vai
Degusto só dissabor
Meu travesseiro
É a voz do torturador
Um dia a noite vai
Peneirar meu coração
E o que sobrar no peito
Será o melhor da minha emoção