Foi lá que eu vi
Hugo Guedes/Tanure Lisboa
Foi lá que eu vi (arroz doce no Antenor Pessoa)
Música: Tanure Lisboa
Letra: Hugo Guedes
Intérprete: Hugo Guedes
tem o sol dizendo já é manhã
bem te vi também beija-flor
capivara, raposa, lobo guará
tem lá
pelas trilhas rastros da busca vã
ouro e pedras de rara cor
bandeirantes, tropeiros ao deus-dará
foi lá
no açude há festa com todo clã
vem menino e toca o tambor
lua cheia, candombe e a curimba já vai começar
atravessando devagar
o rio desenha seu nome na serra
contando histórias de um lugar
negros escravos, estrada de pedra
e lá no alto a meditar
velho Juquinha resguarda essa terra
sorriso aberto e um novo olhar
se revela
lá no alto a lua é guardiã
fantasias, disco-voador
caipora, curupira, boitatá
será?
madrugada tambus, canto de rã
vem da lapa um outro rumor
dominguinhos na noite a cantarolar
tão só está a esperar
nova canção outro lugar
foi lá na serra do cipó foi lá que eu vi
correndo numa perna só vinha saci
atrás de um galo carijó sem pedigree
dançava a índia Kaxixó com frenesi
foi o maior forrobodó segura aí
rio passando dando um nó vi bem ali
jaguatirica João cipó e colibri
foi lá na serra do cipó foi lá que eu vi
foi lá na serra do cipó foi lá
pataxó, maxacali, xacriabá, borun (krenak)
lá na serra tudo tem seu lugar
tudo tem beleza e sabor
minha alma cativa ganha asas no céu de minas gerais
natureza olhos de artesã
sobre a pedra nasce uma flor
cachoeira sempre viva jatobá
é só olhar e despertar
nova paixão, abarracar
foi lá na serra do cipó foi lá que eu vi