As fadas...
São muito desconfiadas:
Quem as vê não há-de rir
Querem elas que as respeiten
e não gostam que as espreitem
Nem se lhes há-de mentir
Quem as ofende...cautela!
A mais risonha, a mais bela
Torna-se logo tão má
Tão cruel, tão vingativa
É inimiga agressiva
É serpente que ali está
E têm vinganças terríveis
Semeiam coisas horríveis
Que nascem logo do chão
Línguas de fogo, que estalam
Sapos com asas, que falam...
Quantas vezes já deitado
Mas sem sono, inda acordado
Me ponho a considerar
Que condão eu pediria
Se uma fada, um belo dia
Me quisesse a mim fadar
O que eu seria?
As fadas...creio nelas!
Umas são moças e belas
Outras, velhas de pasmar...
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos...
Riem e cantam à beira mar
Algumas em fonte fria
Escondem-se enquanto é dia
Saem só ao escurecer
Outras, debaixo da terra
Nas grutas verdes da serra
É onde se vão esconder
O vestir...são tais riquezas
Que rainhas nem princesas
Nenhuma assim se vestiu
Porque as riquezas das fadas
São sabidas e celebradas
Por toda a gente que as viu
Quando a noite é clara e amena
E a lua vai mais serena
Qualquer um...as pode espreitar