Do norte eu sai
Com quinze anos de idade
Fui para uma cidade
A paulista capital
Quis ser um policial
Era o meu sonho adorado
Quando me vi fardado
Senti me muito feliz
Pra defender meu país
O dever de um brasileiro
E assim ganhei dinheiro
Fui feliz e tive sorte
Pra mandar para o norte
Pra buscar minha mãezinha
Que a tempo eu deixei um dia
Que pra lá ficou sozinha
E há muitos anos
Nós não se via.
Um amigo avisou-me
Que fosse ao cemitério
Que lá no necrotério
Se achava uma velhinha
E documento não tinha
Apenas um retrato
Com o meu nome exato
Para lá segui
Quando eu a vi
Era a minha mãe querida
Que arriscando a vida
Saiu a minha procura
Passou pobre amargura
Dormindo pelas calçadas
Sem dinheiro, quase nua
Numa fria madrugada
Encontraram morta
Num beco de rua.
"a cena mais triste que enfrentei na minha vida
Ver minha mãe querida inerte num caixão
O meu pobre coração de saudade mora no peito
Meu sonhos foram desfeitos e tão feliz podia ser
Assim mesmo eu vi dizer uma pessoa qualquer
No coração de mulher diz que não existe amor
Minha mãe sofreu horror, deu a vida a meu respeito
Fico triste pelas ruas
Tirei o luto do peito mas no coração continua"
A cena mais triste
Que enfrentei na minha vida
Ver minha mãe querida
Inerte num caixão
O meu pobre coração
De saudade mora no peito
Meu sonhos foram desfeitos
E tão feliz podia ser
Assim mesmo eu vi dizer
Uma pessoa qualquer
No coração de mulher
Diz que não existe amor
Minha mãe sofreu horror
Deu a vida a meu respeito
Fico triste pelas ruas
Tirei o luto do peito
Mas no coração continua.
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