Se existe alguém aí pela cidade com saudade
Do Rio iluminado à lampião,
Será para esse alguém este passado renovado
Com flauta, cavaquinho e violão...
E quem não conheceu o Rio antigo tão amigo
De festas e serenatas ao luar
Ouvindo este harpejar de antigamente, certamente,
Contente, deste choro há de gostar...
No rio dos sonetos de Bilac só de fraque
É que se freqüentava os cabarés.
E havia para as grandes confissões dos corações
Os tangos de Ernesto Nazareth...
Os rapazes usavam flor no peito e havia um jeito
De as falar de amor de mão em mão.
Nos leques onde sem assinatura os sem ventura
Deixavam, soluçando, um coração...