Eu morava em Rancharia...junto com a minha tia...
Quando foi um certo dia...paguei tudo que eu devia
Me mudei para Baurú...
Mas eu vivia cabreiro...trabalhando o dia inteiro...
De servente de pedreiro...nunca sobrava dinheiro...
Eu só tomava no kó...
Ai...meu Deus que dó...Não tem nada pió...
Do que viver a vida inteira só lutando
Trabalhando, se estrepando, se ferrando, se lascando,
E só tomando no kó
Certo dia resolví...bem cedinho eu saí...
De ninguém me despedí...fui morar em Tanabí...
Na Fazenda Grajaú...
Namorei uma broaca...que vivia de ressaca...
Eu magro que nem estaca...ela gorda que nem vaca...
E eu só tomava no kó...
Ai,...meu Deus que dó...etc...
Pulando que nem macaco...pra poder ¨guentar¨o taco...
Pra fugir de um malaco...quase que rasguei o saco...
Numa cerca de bambú...
Oh. Meu Deus que judiação...me mudei pra Ribeirão...
Trabalhei de tecelão...na firma do Salomão...
E eu só tomava no kó...
Ai meu Deus que dó...etc...
Eu morei em Sumará...no sítio do Santa Fé...
Sem dinheiro e sem ¨muié¨...tinha que carpir café...
E eu sofria pra chuchú...
Mas a vida foi escola...pra tristeza não dou bola...
Vivo tocando viola...por este Brasil afora ...
E nunca mais tomei no kó...
Eu não quero dó...Não tem nada ¨mió¨...
Do que viver a vida inteira passeando...
Viajando, bagunçando,só tocando e cantando...
E nunca mais tomar no kó...
Nunca mais tomei no kó...Nunca mais tomei no kó...