Da voz que muitas vezes cala
Que nos rouba a fala
E vai nos consumindo
Até que de repente a gente
Reagindo tenta se manter sorrindo
Calado atravessando a sala de estar
Se atirar num precipício
Somente prá poder voar
Compor, cantar, pulsar
Sentindo a tarde
Num gesto de poder saltar
Despreocupadamente
Enquanto o mundo dorme
Sem sequer sonhar
Sem ficar junto com a gente
Pra ver o brilho
Recriar, musicar, extrair canções
Tão vivas como nossos filhos
Brotando do peito
Do ventre, da alma
De longas noitadas
Do nosso cansaço
Do tempo ligeiro
De dentro de nós
Ou dos violões, dos parceiros
Dos versos, da voz