Mais um ano entra na forma
Da tropilha dos meus anos
Baio - tordilhos - tobianos
Mas o índio se conforma
A vida não se transforma
Parada - o mesmo que açude
-Corcovos da juventude?
Isso são baldas dos outros
De tanto lidar com potros
Só que fica é mais rude
De quem vai servir mais um
Pra mim - que já domei tantos?
A doma é cheia de encantos
Mas não deixa lucro algum
Sempre encilha-se o com
Embora doma-se o bueno
O que pra o pobre é pequeno
Pra o rico é medicinal
E o que encanta ao maioral
Sempre entristece ao pequeno
De que me serve maneia
Lombilho, buçal trançado
Se o potro mais bem domado
Hoje é o que mais corcoveia?
De que adianta a Lua cheia
Em céu de nuvens coberto?
Que me importa o rancho perto
Se lá não chego nem moro
E a China que mais adoro
Se foi pra destino incerto?