A casa da Maria
(Jefferson Daniel)
Fui inventar de ir na casa da Maria Eu cheguei lá bem na hora do almoço
Descobri que ela fazia Ofereceu coxa sem osso
Criação só de galinha Como um homem corajoso
E pro mercado revendia Eu não recusaria
Ela me fez Aquela asa
Comer a coxa na manha Mas que cheiro bom
E na hora dos peitos E pra chegar no fim
Lambi o prato sem vergonha Ofereceu o curanchim
FALA
Quando eu comi a galinha da Maria Aquela ave ela era tão pequena
Ela falou que ainda tinha A gaiola tão estreita
Escondido na casinha Esfregou tanto na grade
Uma bela periquita Que perdeu toda as penas
Ela me fez Fui devagar
Passar a mão na periquita A periquita acalmou
A periquita assustou Estava sem penas
E a Maria gritou A Maria relaxou
FALA
Ela me disse gosto muito de baralho Ela me disse: gosto muito de pacú
Gosta de jogar buraco E Misturado com xuxu
Mas fiquei mais assustado Seu preferido era outro
Quando vi o seu aquário Chamado pirarucu
Ela me disse: Pirarucu
Gosto de pirarucu Era o que mais gostava
Com uma pitada de sal No café da manhã
E um dente de alho Ou de madrugada
FALA
Eu fiquei a tarde toda lá com ela Naquela casa não via a hora passar
Fez até chá de canela A coisa é boa de matar
Lavamos todas as panelas Ela mandou eu ir embora
A casa da Maria é bela Seu marido ia chegar
Eu fui embora Quando como xuxu
Mas valeu a pena Lembro do pirarucu
Só me resta saudade E quem sabe outro dia
Da piriquita sem pena Como a galinha da Maria