Eu sei, não meço palavras
Não escrevo recados na palma da mão
Escrevo com os olhos da cara lavada do meu coração
Eu sei que não sei de nada e finjo que entendo a contradição
Escrevo o que nego e que entra na alma pela contramão
Será que existe alguém querendo me dizer alguma coisa
E eu não presto atenção?
Será que existe alguém querendo me dizer alguma coisa?
Sempre
Eu sei que certas ideias são truques baratos da imaginação
Aperto depressa o controle remoto da televisão
Eu sei ciências, história e raros conceitos de educação
Eu como poesia concreta com garfo e a vida com a mão
Será que existe alguém querendo me dizer alguma coisa
E eu não presto atenção?
Será que existe alguém querendo me dizer alguma coisa?
Sempre
Sempre, sempre