A praça que nega miséria e mascara desgraça
Disfarça as mazelas das caras que passam
Perdidas nas nuvens de doce algodão
Que tenta mas nem chega perto ao menos relembra
Fiapos do que já foi antes que pena
O paraíso de eva e adão
A praça que não é de graça, que fere com broca essa raça
Que segue religiosamente à um deus-leão
Que pena, fardados desfilam brasões que relembram
Orgias do tempo do imperador
Onde somente os índios e negros sentiam na pele a dor
E as festas que infestam o seu centro burguês de malacos
Misturam de vez os patrões e empregados
Qual merda jogada no ventilador
A praça que não é de graça, que fere com broca essa raça
Que segue religiosamente à um deus-leão
É dose!