Estrada de chão, o seu tempo se foi
Pra ter a peonada poeiras de boi
Cobriram de preto a estrada de chão
E mais preto é o luto do meu coração
O passado morreu, só ficaram lembranças
E morre comigo, a doce esperança
De ainda ouvir na encruzilhada
Um berrante tocando chamando a boiada
Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Alegres pousadas
Com meus companheiros
De há muitos janeiros não sei onde estão
Cadê ferreirinha, João boiadeiro
Gonzaga, mineiro e o negro tião?
Que arriscavam a vida em cima do arreio
Em todo rodeio, chamavam a atenção
Seus nomes famosos ficaram pra história
Passados e glórias na estrada de chão
Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão, uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Meu par de esporas, meu laço e arreio
Que há tempos
No meio das tralhas, guardei
Meu velho berrante que enfeita a sala
E ao lado as medalhas que colecionei
Meu cavalo baio relincha no pasto
Sentindo o cansaço que o tempo lhe fez
E a passarada alegra o sertão
Gorjeiam cantigas na estrada de chão
Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão, uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão, uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada