Pra gostar
bom é o jeitinho brasileiro
assim entre o sofrido e o catimbeiro
feito Ary numa aquarela
mentira há de ser sinceramente,
topada também tocar pra frente
gostar, mas de qual delas?
Viver, viver com a pulga atrás da orelha
quanto mais coçar, sorrir.
Sambar, ô, ô, ô, ô,
sambar com um prego no sapato pra peteca não cair.
Viver; reviver.
Ver na saudade uma vizinha
Ioiô no quintal!
folga pro meu lado, mas canto a marchinha
de um antigo carnaval.
Vizinhas, Ioiô morena, irmã da loura Iaiá...
O meu irmão noivou da Iaiá, feliz.
Mas viu na morena calor de pão, sumo de limão,
frescor de buritis
e água de riacho rente aos pés,
um zonzo de zumbido das abelhas, mel dos méis...
Se Iaiá saía, Ioiô vizinha se despia, a flor do quintal!
Meu irmão penava mas cantarolava
pra manter sua moral:
lourinha, lourinha, dos olhos claros de cristal,
quanto tempo, ao invés da moreninha, serás a rainha
do meu carnaval.
Lourinha, Morena, rainhas do meu carnaval,
qualquer dia, Iaiá e Ioiô vizinhas vão reinar
juntinhas lá no meu quintal.
Braguinha, Braguinha, Braguinha, não me leve a mal
Eu não esqueço a loura e a moreninha,
Pago a tua parte em Direito Autoral.