Oferenda
Entreguei-me ao arco iris
ao pé da palmeita erguida
em meio ao deserto, à vida
No teu altar consagrado... consumido, consumado...
N um jogo sem regras... culpa, nem pecado.
Entregue.. sem mais forças... totalmente
ao inexoravel abraço-golpe
de sua paz de serpente.
Qual argonanta imbativel, ingênuo e ousado
na furia do oceano imenso... naufragado.
Depois, quando te fostes
indiferente e fria...
embainhei a espada
e quedei-me mudo e estatelado
qual navio velho e abandonado
no cais do porto, corroido pela maresia...
Maio de 2006