Levanto de madrugada
O orvalho ainda está caindo
Na porteira do curral
A boiada está mugindo
Grito o nome da boiada
Um a um vai levantando
Em meu sertão colorido
Mais um dia começando
Gosto da vida que levo
Nasci para ser carreiro
Escolhi esta profissão
Do meu pai fui candeeiro
Eu adoro esta lida
E sinto satisfação
Boiada, carro e carreiro
Na poeira do estradão
Gosto do cheiro do mato
Da pureza do sertão
Minas de águas cristalinas
Nas pedreiras do grotão
Sentado em cima de um toco
E o cheiro da flor do ingá
À sombra do ingazeiro
Pra boiada descansá
Meu carro cantando triste
Do peso que vai levando
Na terra cheia de cinzas
Rodas finas vão cortando
Sentado em cima da carga
Alegre canto também
Meu carro canta por peso
E eu de saudade de alguém