A dor que estou sentindo é difícil entender
Só meu coração que sabe a razão do meu sofrer
Eu finjo que estou feliz pra ninguém não perceber
As vezes choro baixinho, saudade do meu ranchinho
Do cantar dos passarinhos no galho do ipê
Eu desde pequenininho já tinha grande prazer
Pegava uma violinha, tocava pra mamãe ver
Depois eu entrei na escola, estudei o abc
Dali mudei pra cidade, entrei numa faculdade
Perdi minha mocidade e a razão de meu viver
Eu nunca pude mudar o meu sistema de ser
Os costumes lá da roça eu nunca vou esquecer
Eu sempre ligo meu rádio quando vai escurecer
Nos programas de violeiro me lembro dos companheiros
Me aperta um desespero, a ponto de enlouquecer
Eu agora resolvi, já sei o que vou fazer
Vou guardar minha caneta e a máquina de escrever
Vou dar à alguém de presente, se eu não conseguir vender
Quero sair dessa fossa, vou rever minha palhoça
Quem foi nascido na roça, na roça tem que viver