Isso que é viver
Viver é como a arte de cantar
Cantar é como ato de beber morrer
Morrer é ver o copo esvaziar
Até outra garrafa aparecer
Em filosofia de vida
Cada um faz sua escolha
Se é grande o peso do mundo
Pra mim não é mais que uma bolha
Eu sou que nem flor dormideira
Vou sempre chegando na encolha
E saio que nem a lagarta
Vou escorregando no canto da folha
Não levo saudade da vida
Na hora que Deus me recolha
Plantei a semente do samba
A flor quero que você colha
Tomando uma cana redonda
Já fiz muita gente zarolha
E quando eu cantar pra subir
É com um gole da mesma cachaça de rolha