Vou me perdendo nas trilhas do sol
E a noite é uma estranha selva por onde meus passos vão
Longe demais de tudo, longe demais de todos
Um lobo com olhos de opala uiva diante do inesperado outono
O anjo elétrico da insônia se eleva e convulsiona
Os vaga-lumes que sabem os caminhos secretos da luz
Enquanto o outro busca abrigo nas tocas ocultas feito um animal
Vou me perdendo nas trilhas do sol
Perdido estou no brilho da lua
E a noite é uma estranha selva por onde meus passos vão
Ocos poços, valas secas
Boca alguma bebe no raso vazio de água
Entre lembranças de chuva às quais ficou presa
Sejamos propícios!
E que o templo seja intenso e absurdamente sem métrica!
Que berrem os tambores! E os amplificadores!
Que os corpos transbordem!
E matem a sede das almas na missa elétrica!