Você acha que é fácil
Viver assim como eu?
Kratos, o espartano
Que um dia se tornou Deus
Pois digo, agora
Tudo é maldição
Os gritos de glória
Ecos da solidão
A dor que eu sinto
Ao me lembrar de cada sorriso
Me corta mais
Do que os golpes do inimigo
E enquanto luto aumenta o desgosto
O suor se mistura
Com as lágrimas no meu rosto
Vocês eram tão lindas
Ainda consigo ver
Levantar de manhã
É um eterno sofrer
Por quê?
Sempre me pergunto
Até quando cairei nesse remorso profundo
E por mais que eu tente
Esquecer o que passou
Minha pele tá aqui
Lembrando o que restou
Branca, como a lua no céu
Sou um fantasma que mata
Enquanto anda ao léu
Do que adianta ser um Deus?
Se o que eu tinha se perdeu
Do que adianta ser um Deus?
Se a vingança só encobre
E não devolve o que era meu
Do que adianta ser um Deus?
Se o que eu tinha se perdeu
Do que adianta ser um Deus?
Se a vingança só encobre
E não devolve o que era... meu!
E quando estou dormindo
Ainda as tenho aqui
Cantando, vivendo
Me fazendo sorrir
Mas logo passa
E só consigo sentir
O pesadelo
Fazendo o sangue fluir
O calor se esvai
Surge o frio capataz
O vento cortante urra
Destruindo minha paz
E vocês se transformam em um monte de pó
E o grito de horror
Me acorda sem dó
E o ódio que vive em mim perdura
É uma tocha que guia
A minha estrada escura
E mesmo que eu pare e pense
Que essa agonia logo vai ter fim
Matando todos os deuses
Que um dia cuspiram e zombaram de mim
Aquele amor nunca voltará
O monte olimpo eu posso escalar
Mas todo sangue jorrando do topo
Não mostra o que tento encontrar
E peço perdão
Pelo o que fiz
Pelo fantasma que agora sou
Pois quando vocês se foram
Minha vida também acabou
Do que adianta ser um Deus?
Se o que eu tinha se perdeu
Do que adianta ser um Deus?
Se a vingança só encobre
E não devolve o que era meu
Do que adianta ser um Deus?
Se o que eu tinha se perdeu
Do que adianta ser um Deus?
Se a vingança só encobre
E não devolve o que era... meu!