Mandacaru, xique-xique, facheiro
Baião de dois, dança de cangaceiro _ ê, baião
Chapéu de couro, gibão, cartucheira
Faca, punhal, parabelo e peixeira _ ê, baião
Sol de braseiro, faísca e centelha
Vento de fogo, poeira vermelha
Poço e cacimba de água barrenta
Homem, criança e mulher bexiguenta
Maleita, calor, fome e peste
Sina maldita do chão do Nordeste _ ê, baião
Pele e carcaça de bicho caído
Gente comendo de cobra de vidro _ ê, baião
Pedra , cascalho, graveto, espinheiro
Povo rodando no pó do terreiro
Festa sem fim no forró do sertão
Deus e o diabo na dança do baião.
Olha a zabumba com o filho do capeta
E a viola no peito do cristão
O porteiro do inferno na caixeta
E no fole o padim Ciço Romão
Olha um anjo batendo na sineta
E o triângulo no dedo do Cão
E girando que nem dois carrapeta
Maria Bonita e Lampião
E quem escuta vem chegando feito Dominguinho
E do lado, Oswaldinho do Acordeon
E o Quinteto Violado com Sivuca e Hermeto
Pra ficar tudo certo, pra ser tudo bom
Duvido nada que na hora chegue Gordurinha
E o pandeiro de Jackson, pelo salão
Deus e o diabo batem palma quando chega ele
É Luiz Gonzaga, é o Lua, é o rei do baião.
Festa sem fim no forró do sertão
Deus e o diabo na dança do baião!