Eu vi um menino correndo agora
E se lançou no abismo do ser
Acreditando que a qualquer momento
Ele pudesse se reconhecer
Eu vi no fundo dos olhos daquele menino
A gana de mostrar ao que veio
Se esquivando das injurias do mundo
Driblando os sentimentos mais imundos
Sentado em um café eu estava
E me perdi em meio as palavras
Se piedade, Senhor, que te peço
Onde vai esse temor que não messo
Dobrei a esquina e o menino encontrei
Em frente a mim, de pés descalços e a uma moeda na mão
Encarou
Abriu um sorriso que tão feliz, anunciou
Com tão pouco se satisfez, eu sei
E o seu silêncio pelo tempo ecoou
Todo menino é um rei