Certo dia eu falei precipitado ao meu pai
E lhe disse eu preciso ir embora, eu tenho que ir
Faça as contas, dai-me a parte da fazenda em minhas mãos
Tomei toda minha parte da herança e parti
Ao sair, vi que meu pai ficou na porta e me olhava
Esperando certamente que eu fosse desistir
Suas lágrimas em seu rosto eu vi rolarem e caírem
Mesmo assim, com o coração endurecido, prossegui.
Eu não conhecia nada
Eu não sabia a estrada
O mundão velho para mim era estranho
Mas conheci uns amigos
Que foram meus inimigos
Foram eles que destruíram todo o meu ganho
Mas um dia levantei a minha cabeça e olhei para o céu
E ali todo o meu estado miserável refleti
E então do fundo do meu coração eu falei
Pai querido, reconheço que pequei contra ti
Sei que agora não mereço ser chamado mais teu filho
Mas me aceite pelo menos como um dos jornaleiros
O que eu quero é um cantinho em tua casa pra ficar
Pois cansei de ser no mundo andarilho e aventureiro
Ele então me abraçou, me recolheu com amor
Fez questão de anunciar para o povo
Pra festa da minha chegada
Muita gente foi convidada
E tudo que me faltava me deu tudo novo
Composição: José de Souza