vagava sem rumo pelo cemitério,
pela longa avenida dos mortos,
caminhava a interpretar o porquê
daquelas fotos, aquelas catacumbas,
aqueles dizeres, aquelas estátuas,
aquelas flores, aquelas velas,
aquele cinza fúnebre,
aquelas velhas, aquele velório,
toda aquela alcova.
parei num túmulo e ali ao cadáver interroguei nos meus pensamentos.
na fachada da sua moradia o cinza com o incerto se confundia.
na sua cobertura, uma laje, uma cruz a tristeza decorava.
então pensei como se com ele falasse e a ele perguntasse:
- esta cruz que hoje te cobre estava contigo no teu coração?
- este símbolo que te sela foi na vida tua razão?